O Congresso Nacional derrubou na íntegra o veto da presidente Dilma Rousseff que 
mantinha a regra de distribuição de royalties do petróleo entre os Estados e 
municípios para os contratos já existentes, informou a Secretaria Geral da Mesa 
do Congresso, após encerrada a contabilização dos votos.
A votação começou na noite da quarta-feira e foi encerrada na madrugada desta 
quinta-feira.
A derrubada do veto era amplamente esperada, já que os parlamentares dos 
Estados não-produtores de petróleo, interessados em retomar a lei original 
aprovada pelo Congresso no fim do ano passado, têm esmagadora maioria tanto na 
Câmara quanto no Senado.
Dos 63 senadores que votaram, 54 rejeitaram o veto da presidente. Segundo a 
mesa, 354 dos 405 deputados que participaram da votação foram contra o veto de 
Dilma.
Para a derrubada do veto, era necessário que pelo menos 41 senadores e 257 
deputados votassem contra o veto presidencial.
A polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo começou quando o governo 
decidiu criar um novo marco regulatório para a exploração do óleo no país, 
determinando que os campos do pré-sal seriam licitados pelo regime de partilha e 
não mais por concessão.
Os parlamentares dos Estados não produtores viram na mudança uma oportunidade 
de fazer uma nova divisão dos royalties entre Estados e municípios, sem qualquer 
privilégio para os Estados produtores (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São 
Paulo), mexendo inclusive nos contratos já em vigor. Aprovada pelo Congresso, 
essa nova divisão foi vetada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 
2010.
No governo Dilma, os parlamentares dos Estados não produtores voltaram à 
carga e aprovaram mais uma vez uma nova divisão dos royalties no ano passado, o 
que foi vetado pela presidente. Esse foi o veto derrubado nesta madrugada.
O governo do Rio de Janeiro havia estimando em 3,1 bilhões de reais por ano 
as perdas de receitas caso o veto fosse derrubado.
A Mesa informou que o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros 
(PMDB-AL), comunicará o resultado oficial na sessão do Senado nesta 
quinta-feira.