26/02/2013 | SAÚDE
                        
                        
                        
                            
                            
                            A Bahia possui a proporção de 1,25 médico para cada grupo de mil habitantes. 
Está abaixo da média nacional, que registrou uma taxa de dois médicos para cada 
mil habitantes. Os dados são da pesquisa Demografia Médica no Brasil: Cenários e 
Indicadores de Distribuição, feita numa parceria do Conselho Federal de Medicina 
com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, divulgada no início 
da semana passada.
De acordo com o estudo, a Bahia alcançou em outubro de 
2012 cerca de 18 mil médicos em atividade, sendo que 61% se concentram na 
capital. Por sua vez, 64,7% dos médicos atuam no Sistema Único de Saúde 
(SUS).
A pesquisa aponta ainda grande desproporção entre a quantidade de 
médicos que trabalham na capital e no interior: enquanto Salvador tem um índice 
de quatro médicos para mil habitantes, os cerca de 11 milhões de baianos do 
interior são assistidos por cerca de 6.980 médicos.
Precariedade - O 
presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb-BA), José Abelardo 
Garcia de Meneses, atribui o reduzido número principalmente à falta de estrutura 
e à baixa remuneração.
"O Estado é excelência em residência médica, 
porém, poucos profissionais permanecem na Bahia após os estudos, o mercado para 
o médico no Estado é um dos piores do Brasil. A infraestrutura para atendimento 
médico é precária. Faltam equipamentos, recursos humanos, melhor acolhimento dos 
profissionais. A ausência de todos esses fatores desestimula".
Disse que 
no caso dos médicos do interior a falta de estrutura é ainda pior. "Hoje, o 
médico precisa de recursos para oferecer uma medicina de verdade. Ele não atua 
sozinho. É preciso banco de sangue, Unidade de Terapia Intensiva, equipamentos 
para exames. Não basta grandes salários, precisa estrutura".
O presidente 
da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), 
Marcelo Britto, disse que em alguns municípios o número de médicos é zero. 
"Algumas cidades não têm a mínima condição de trabalho. Em outras, as 
prefeituras prometem um alto salário para atrair o profissional, mas não têm 
condições de pagar por aquilo que prometeram. Por conta disso, a rotatividade de 
profissionais é grande".
O presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia 
(Sindimed-BA), Francisco Magalhães, defende a valorização e mais investimentos 
na carreira. "É necessário maior reconhecimento, é preciso investir em um plano 
de carreira para os profissionais", afirmou o dirigente. (Fonte: A 
Tarde)