No primeiro discurso como presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves 
(PMDB-RN) disse que, após 11 mandatos consecutivos de deputado federal, se sente 
plenamente maduro para assumir o cargo.
“Já votei e elegi 15 
presidentes e sei que hoje chego aqui pela história, pelo meu trabalho e pelo meu compromisso com o 
Parlamento”, destacou Alves.
“No entanto, entendo que chego aqui muito mais por respeitar a regra 
democrática da proporcionalidade e o compromisso ético da palavra empenhada”, 
disse.
Alves citou Ulysses Guimarães ao dizer que, em política, é preciso ter 
ética, integridade e também coragem. “Sou de um tempo em que era preciso ter coragem para 
não sucumbir e resistir. Resisti e chego aqui hoje inteiro para ser o presidente 
dessa casa do povo do meu país”, disse ele, emocionado.
No discurso, o deputado também lembrou seu pai, o ex-deputado, ex-ministro e 
ex-governador do Rio Grande do Norte Aluízio Alves (falecido em 2006), que 
chegou a ser cassado pela ditadura militar.
Críticas da imprensa
O presidente eleito comentou ainda 
as críticas feitas ao Parlamento por parte da imprensa, as quais chamou de 
“julgos perversos e críticas descabidas ao trabalho parlamentar”.
Alves também defendeu a importância da separação dos poderes. “Tenho todo o 
respeito pelos outros Poderes, seja pelo Executivo, que executa os projetos; 
seja pelo Judiciário, que faz cumprir as leis”, disse. 
“Mas deixo claro 
que é o Poder Legislativo e o Parlamento brasileiro que representa o povo na sua 
maior legitimidade e que aqui só existem parlamentares abençoados pelo voto 
popular”, completou.
Entre os temas mais importantes a serem analisados pela Câmara, Alves 
destacou a questão dos royalties do petróleo, as novas regras para a 
distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e os cerca de 3 mil 
vetos presidenciais.
“Quem quer bem a esse parlamento, como eu quero, deve nos dar as mãos, para 
fazer com que todos respeitem a verdadeira casa do povo, que é o Parlamento 
brasileiro”, disse.