Acabado o primeiro turno das eleições municipais, os prefeitos que assumirão ano 
que vem já devem ficar atentos para algumas obrigações pois, muitos terão de 
correr para cumprir prazos. Um exemplo disso é o Plano Municipal de Saneamento 
Básico (PMSB). A partir de 2014, as prefeituras que não estiverem com o projeto 
aprovado ficam impedidas de receber recursos federais para investimento no 
setor.
O prazo para a medida foi estabelecido pela 
Política Nacional de Saneamento Básico, lei regulamentada pelo Decreto 
7.217/2010. A orientação legal determina que o projeto tenha abrangência de pelo 
menos 20 anos, e contemple as áreas Abastecimento de Água, Tratamento de Esgoto, 
Limpeza Urbana, Coleta e Destinação Final do Lixo.
De acordo com o presidente da Confederação 
Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, há 30 anos não se fazia 
investimento maciço no Brasil pela melhora do Saneamento Básico. “O serviço é um 
compromisso de todos, mas se for para os Municípios executarem sozinhos vão 
precisar R$ 440 bilhões”, disse o representante municipalista.
Em entrevista à Agência Câmara, 
Ziulkoski salientou que além de a maior parte das prefeituras estar com as 
contas no vermelho, não há o apoio financeiro necessário. "Os eleitos vão 
receber um choque”, alertou. Ele se refere ao quadro atual das administrações 
municipais.
Realidade
“Eu tenho 
dito a muitos candidatos: não adianta vir alegar depois que você não sabia. Você 
está entrando para isso aí, sabendo que esse é o pantanal que não tem como 
ultrapassar. É a realidade, porque, soma tudo isso: olha a Saúde como é que está 
no Brasil. Olha a qualidade da Educação", avaliou. O presidente da CNM também 
ponderou: "olha a Segurança como é que está. Olha a Infraestrutura, 
Investimento, como é que está. Essa é a realidade. O governo tem 393 programas 
para os Municípios em que eles apena escreve, pega algum dinheiro, um papel, e o 
resto manda tudo o prefeito executar".
Dados do Instituto Trata Brasil indicam que 
19% dos Municípios ainda não têm abastecimento de água, e mais da metade – 53,8% 
– não tem coleta de esgoto. O instituto também estima que as 100 maiores cidades 
do País despejem todos os dias 8 bilhões de litros de esgoto não tratado nos 
rios.
Recursos financeiros
O 
representante da Agência Nacional de Águas (ANA), Sérgio Ayri Moraes, reconhece: 
“muitas vezes, nós temos disponibilidade de recursos financeiros, nós sabemos o 
que deve ser feito, os locais prioritários para implantação da coleta e 
tratamento de esgoto, mas falta capacidade de execução", destacou. Segundo o 
ele, principalmente, nos Municípios de menor porte, em razão da escassez de 
investimento no setor nas últimas décadas. Mas, também falta pessoal qualificado 
para realização de projetos e para a realização das obras.