Os Municípios brasileiros poderão ser obrigados a integrar nos planos diretores 
ações de proteção ao Meio Ambiente. A determinação consta do Projeto de Lei (PL) 
1562/2011, que altera o Estatuto das Cidades com objetivo de diminuir as 
emissões de gás carbono – o maior causador do aquecimento da Terra – e de 
reduzir, consequentemente, a temperatura média do ambiente.
Um 
substitutivo do PL 1562/2011 foi aprovado no dia 22 de agosto pela Comissão de 
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados. O 
texto inicial previa essa obrigação apenas aos Municípios com mais de um milhão 
de habitantes. A relatora da matéria, deputada Marina Santanna (PT-GO), retirou 
essa restrição.
O projeto aprovado contém outras determinações, como 
regras de arborização; taxas máximas de impermeabilização dos terrenos; 
priorização do transporte coletivo e instalação de ciclovias; economia de água e 
energia e redução de resíduos da construção civil. Segundo especialistas, todas 
essas medidas contribuem para proteção ambiental.
Regime de 
colaboração e estudos
De acordo com o PL, no caso dos Municípios 
situados em regiões metropolitanas, os Estados devem ajudar no cumprimento do 
que fora estabelecido. Além disso, a proposta quer ainda a elaboração de um 
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e do Estudo Prévio de Impacto Ambiental 
(EIA).
Atualmente, o Estatuto da Cidade determina que uma lei municipal 
defina quais as construções que dependerão de um EIV – que analisa a qualidade 
de vida da população, a valorização imobiliária na região e o agravamento das 
condições de trânsito em decorrência de um empreendimento. Porém, esse estudo 
não substitui a aprovação do EIA. A mudança trazida pelo projeto de lei é que o 
EIV integre o EIA. 
As Comissões de Desenvolvimento Urbano (CDU) e de 
Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) também devem analisar e votar o PL 
1562/2011. Caso seja aprovado, ele segue para análise do Senado 
Federal.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta que o texto 
da proposta não fala, em nenhum  ponto, como essas mudanças serão assumidas 
pelos Municípios. A exigência está posta sem qualquer estudo de impacto 
financeiro.