O salário mínimo a vigorar em 2013 deverá ser fixado em R$ 674,96, de
 acordo com o relatório final entregue nesta segunda-feira, 17, na 
Comissão Mista de Orçamento pelo relator geral do projeto, senador 
Romero Jucá (PMDB-RR). Jucá afirmou que precisou alterar a proposta 
encaminhada pelo governo de R$ 670,95 para adequar o valor à lei atual 
que determina o cálculo do reajuste do mínimo pelo crescimento do PIB de
 dois anos anteriores mais a inflação medida pelo Índice Nacional de 
Preços ao Consumidor (INPC).
        
Jucá explicou que houve uma reestimativa de inflação e que 
essa diferença de valor significará R$ 1,36 bilhão a mais de gastos. O 
relator manteve em seu parecer o aumento salarial de 5%, em 2013, para 
as carreiras do funcionalismo público que negociaram reajustes com o 
governo. Jucá afirmou que, embora os funcionários do Poder Judiciário 
insistissem em aumentos maiores, não há espaço fiscal para isso. O 
acordo do governo com os servidores prevê o mesmo índice de 5% de 
aumento por três anos, até 2015.
        O presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Paulo 
Pimenta (PT-RS), prevê a votação do projeto no plenário do Congresso - 
quando a Câmara e o Senado se reúnem conjuntamente - na próxima 
quarta-feira, em sessão às 12h. Amanhã, haverá reunião da comissão, às 
14h30, para votar o relatório de Jucá.
        O relator afirmou que destinou em seu parecer R$ 3,9 bilhões 
para a Lei Kandir, usada para compensar os Estados que perdem com a 
desoneração do ICMS nas exportações. Ele afirmou ainda que trabalhou na 
elaboração do relatório final com a previsão de crescimento de 4,5% no 
próximo ano.
        Votação
        Com a impossibilidade constitucional de obrigar o governo a 
cumprir o Orçamento da União aprovado pelo Congresso, o relator geral 
incluiu um dispositivo em seu relatório proibindo o governo de usar o 
dinheiro destinado pelos parlamentares a obras em Estados e municípios -
 mecanismo conhecido por emendas parlamentares - com outras despesas. O 
governo não será obrigado a gastar os recursos das emendas, como 
gostariam os deputados e os senadores, mas também não poderá gastar o 
montante em algum remanejamento orçamentário.
        Esse bloqueio de gastos vale para as emendas individuais e 
para as apresentadas pelas bancadas dos Estados. "Nós estamos 
fortalecendo o respeito às emendas individuais e de bancada", disse 
Jucá. O Orçamento não é impositivo, ou seja, o Executivo tem de ter a 
autorização do Legislativo, com a aprovação do projeto, para executar as
 despesas, mas não precisa cumprir tudo o que diz o texto aprovado na 
proposta orçamentária.
        "Não há obrigação de liberar o dinheiro das emendas, mas o 
governo estará proibido de usar para outras coisas. Esse recurso acabará
 sendo usado para o governo fazer superávit", afirmou Paulo Pimenta. As 
emendas individuais somam em torno de R$ 9 bilhões em 2013. 
Historicamente, o governo corta emendas e executa em torno de um terço 
do valor aprovado na proposta orçamentária da União.
        Para votar o projeto de Orçamento nesta semana, a última do 
ano dos trabalhos legislativos, o governo está liberando o dinheiro das 
emendas apresentadas ao Orçamento deste ano, em um total de R$ 5 
milhões, pelos deputados e senadores dos partidos da oposição e de R$ 6 
milhões para cada parlamentar da base aliada.